Serie Santana Cap. 7

Ele, tentando disfarçar, falou:

-Claro que não rapaz, porque eu ia ficar com ciúmes logo da Luiza?

-Não sei ué... Vc ta tão interessado, rs.

-Tem nada a ver isso ai não, eu perguntei por perguntar.

-Ahh ta, ta certo então, respondendo a sua pergunta...

Eles começaram a namorar logo depois que a Lu chegou ao Brasil, parece que é coisa seria viu.

Enquanto isso, eu continuava dançando com o Gus, estávamos nos divertindo como nunca, trocamos vários beijos e caricias sendo observados ao longe pela Bia.

-Amor... eu vou ao toalete, já volto ta?

-Ta meu amor, volta logo que eu já to com saudade...

-Exagerado, rs.

Dei um selinho no Gus, fui ao toalete e ele sentou-se em uma das mesas enquanto eu voltava.

A Bia que observava ao longe, viu que o Gus estava sozinho e aproveitou pra se aproximar.

-Oii Gustavo... e ai? Ta curtindo a festa?

-Opa... to adorando, a festa ta boa demais.

-E vc vai ficar ai parado, vem dançar comigo um pouquinho?

-É que eu to esperando a Luiza, ela foi ao toalete.

-Ah... ahh dança comigo vai? Só um pouquinho, ela não vai se importar.

Ela insistia e o puxava pela mão, ele acabou ficando sem jeito de recusar e foi dançar com ela. Nem preciso falar que ela soube usar bem a aquela oportunidade, jogava charme pra ele, dava indiretas e aproveitava da dança pra tirar umas boas casquinhas do Gus, não que ela tivesse afim dele, ela fazia isso por capricho mesmo, pra tentar provar que continuava sendo melhor que eu.

Depois de alguns minutos, eu sai do toalete e retornei ao local onde o Gus tinha ficado, pra minha surpresa, ele não estava mais ali, olhei mais adiante, em direção a pista de dança e vi os dois dançando no maior agarramento. Quando olhei aquela cena, fiquei paralisada por alguns segundos de tamanha a raiva que estava me consumindo, senti vontade de ir até lá e puxar ela pelos cabelos, mas a minha reação foi totalmente contraria aos meus desejos, já que eles queriam se agarrar, que fizessem bom proveito, sai andando o mais rápido que podia e fui pra bem longe de todo aquele movimento, passei pelo jardim que tinha na entrada e avistei um banco de madeira, ao lado de um arbusto, em volta era cheio de flores e luzes que davam um toque romântico e tranquilo. Não tinha ninguém por perto, todos estavam se divertindo na festa, eu então segui até o banco e sentei pra tentar acalmar a indignação que eu tava sentindo.

Pouco tempo depois ouvi uns passos se aproximarem, olhei rapidamente pra ver quem era e vi o Luan me olhando.

-Vc me seguiu garoto?

-Eu não vou mentir pra vc não, eu te vi saindo toda nervosa e vim atrás pra ver se podia ajudar.

-Hum... Obrigada viu, mas vc não pode me ajudar...

-Eu posso sentar?

-Pode, senta ai...

Ele sentou ao meu lado e ficou me olhando de um jeito concentrado.

-Porque vc ta me olhando assim hein?

-Porque vc é tão arredia comigo? Me fala o que aconteceu? Eu to vendo que vc não ta legal.

-Vc quer saber mesmo o que aconteceu? Eu vi a sua namoradinha dançando no maior agarramento com o meu namorado, que ela não presta, eu já sabia, mas ele...

-Ela não é minha namoradinha, a gente só fica às vezes e pra falar a verdade, eu não to mais a fim de ficar com ela.

-Melhor pra vc viu... Ela é uma exibida, oferecida... e o Gustavo me paga!

-Calma muié, não vale à pena vc se aborrecer desse jeito por causa disso, ele é um besta de ao invés de aproveitar a sorte de ter uma mulher linda como vc do lado dele, fica perdendo o tempo dando trela pra Bia.

Eu estava de cabeça baixa e quando o ouvi falar aquilo, o olhei meio sem acreditar que aquelas palavras tinham saído mesmo da sua boca.

-Nossa...nunca esperei ouvir isso da sua boca viu.

-Porque não rapaz? Vc é linda demais, gente boa, inteligente, batalhadora desde novinha, eu sei que a gente sempre implicou um com o outro, mas eu nunca deixei de ver as suas qualidades, que não são poucas por sinal.

Aquelas palavras realmente me deixaram surpresas, há alguns anos atrás eu faria qualquer coisa pra o ouvir falando tudo isso pra mim. Ele me falava olhando no fundo dos meus olhos, o que me deixava totalmente sem graça, pela primeira vez, as nossas implicâncias tinham cedido lugar a uma conversa pacifica e amigável.

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