Serie Santana Cap. 81

-Vc ta maluco Luan? Porque eu prenderia o motorista? Que história mais absurda, eu até te pedi perdão, não só a vc, como a Julia também, isso foi uma brincadeira da Dani, vamos embora?

Enquanto ela falava o Luan olhou pro galpão, viu fumaça saindo pelo telhado e a primeira coisa que ele pensou foi: “Julia”!

Ele saiu correndo em direção ao galpão e a Jessica pediu ao Paulão que o segurasse, impedindo-o de me tirar dali.

-Me solta cara, como vc teve coragem de fazer isso com a Julia Jessica? Eu não vou deixar ela morrer, não vou.

-Vc não vai atrapalhar os meus planos Luan, eu te amo e eu tinha que tirar essa garota metida da nossa vida, foi o único jeito que eu encontrei Luan, logo vc vai perceber que eu sou a pessoa certa pra vc e não ela.

O Luan já estava desesperado e as lágrimas escorriam pelo seu rosto constantemente, o Paulão tinha o segurado por traz, o que dificultava ele se soltar. Ele então conseguiu soltar um de seus braços e deu uma cotovelada no estomago do Paulão, o deixando totalmente sem ar. Enquanto ele tentava se recuperar, o Luan correu até a porta do galpão e a arrombou, quando o Paulão foi atrás dele, percebeu a chegada da policia e resolveu fugir, a Jessica o acompanhou e os dois saíram em disparada no carro. Um dos carros da policia os perseguiram, o outro ficou no local e os policiais seguiram em direção ao galpão.

Quando o Luan arrebentou a porta, me viu amarrada no centro do galpão já desacordada, pelo fato de ter exalado muita fumaça. Ele correu o mais depressa que pode se esquivando das labaredas que já estavam tomando quase que todo o galpão, me desamarrou da cadeira e saiu comigo nos braços, ao sair encontrou os policiais, que me prestaram alguns cuidados necessários, o Luan não estava em condições de dirigir por conta do nervosismo e da preocupação com meu estado de saúde, eu continuava desacordada e os policiais disseram que eu precisaria de atendimento médico urgentemente, o Luan foi comigo na parte de trás de seu carro, um dos policias foi dirigindo e os outros vinham logo atrás de nós na viatura.

Enquanto isso a Jessica e o Paulão partiam em disparada pra escapar da policia que permaneciam em seus encalços, eles andavam o mais rápido que podiam sem se preocupar com as condições da estrada, que naquele local era muito deteriorada, cheia de buracos e algumas pedras.

Os policiais o seguiam constantemente sem os perder de vista por nenhum minuto, o Paulão estava no volante, em uma das curvas que tinha no caminho não conseguiu desviar de uma árvore e acabou batendo o carro, ele, porém, não sofreu nenhum ferimento, pois a batida pegou em cheio a parte direita do automóvel, parte esta, que a Jessica estava, assim que o carro parou com a batida, ele abriu a porta e se enfiou no meio do mato, correndo o mais depressa que podia, deixando a Jessica machucada ainda presa ao cinto de segurança.

Não demorou muito até que os policiais a surpreendesse e a levasse embora dentro da viatura, ela estava com algumas escoriações na testa e braços, estava sentindo muito a perna direita, de certo deveria estar quebrada. Outros policiais foram atrás do Paulão, mas não obtiveram sucesso e ele conseguiu escapar.

As pessoas que estavam na casa do Luan já tinham ido embora a pedido do seu Amarildo que explicou toda a situação, de pronto todos entenderam e se solidarizaram.

Assim que o Luan me salvou e me levou pro carro, um dos policiais ligou pra delegacia e informou o ocorrido, pouco tempo depois, o delegado contou por alto pelo telefone ao pai do Luan o que tinha acontecido e deu o endereço do hospital que eu estava sendo levada.

O Luan apoiou minha cabeça em seu colo e acariciava o meu rosto enquanto estávamos a caminho do hospital, ele estava aflito e chorava muito enquanto me via ali em seus braços, sabendo que ele não podia fazer nada pra me ajudar.

-Seja forte meu amor, vc vai ficar bem, eu sei que vai, vc não pode me deixar agora Julia, a minha vida não vai ter mais sentido sem vc meu amor.

Em alguns minutos, chegamos ao hospital, o Luan me tirou do carro e entrou comigo em seus braços, enlouquecido a procura de socorro.


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