Serie Santana Cap. 93

Aquele tom exaltado que o Luan usava pra falar com a Dagmar acabou chamando a atenção do pessoal que estava presente no escritório, inclusive do Anderson, empresário dele, que tentou fazer com que o Luan se acalmasse e voltasse atrás na sua decisão, mas ele estava irredutível e decidido a manter o que tinha dito e manter a Dagmar fora da equipe.

Já na minha casa, eu estava de vento em polpa com os preparativos da minha viagem, já tinha separado meus livros e revistas que eu adorava e que certamente não encontraria na Argentina, sem ao menos suspeitar do que a minha irmãzinha tinha acabo de fazer nas minhas costas.

No dia marcado, já com tudo pronto, passagem em mãos, malas feitas e com o coração apertado por ter que deixar o meu pai e minha irmã que eu tanto amava, eu esperava o horário de seguir ao aeroporto pra depois de algumas horas, dar inicio a uma nova fase da minha vida.

A Dai e o Luan ficaram o dia todo se comunicando através de torpedos pelo celular, a minha viagem seria a tardinha, o meu pai infelizmente não se conformava com a minha partida e como não teria coragem de se despedir de mim, um pouco antes de eu ir pro aeroporto, ele foi pra casa de shows dele tentar ocupar a cabeça com o trabalho, enquanto eu seguia minha viagem. Já tínhamos acertado tudo, eu iria no meu carro e deixaria a chave com um amigo nosso que trabalhava no aeroporto pra que ele fosse pegar depois, assim eu não precisaria pegar taxi.

Quando deu o horário, me despedi da Daiana, que aliás, estava com um semblante tão tranquilo,que nem parecia a mesma menina que dias atrás vivia implorando pra que eu não fosse embora. Abraçamos-nos longamente e no ultimo minuto, eu não aguentei e acabei cedendo as lagrimas que escorriam pelo rosto incessantemente, assim permanecendo até poucos instantes antes de eu chegar ao aeroporto.

Confesso que quando parei o carro no estacionamento, me bateu uma insegurança, eu pensei em tudo que tinha vivido naquela cidade, nos amigos verdadeiros que eu fiz, em como eu gostava de sentir a brisa do mar batendo no rosto toda vez que ia assistir ao por do Sol na praia de Ipanema e claro, pensei no Luan, nos ótimos momentos que tinha passado ao lado dele, do amor que sentíamos um pelo outro, amor esse que tinha gerado um fruto, um fruto que eu trazia no ventre e que iria ser a razão da minha vida.

Depois de alguns minutos eu respirei fundo e vi que era tarde demais pra eu me encher de inseguranças e abri a porta do carro, sai dele e quando me dirigia pra abrir o porta-malas senti alguém se aproximando de mim por trás com passos apressados, meu corpo gelou naquele momento, “meu Deus um assalto” - Eu pensei na hora. A primeira atitude que eu tive foi de tentar entrar no carro novamente pra quem sabe conseguir sair dali, mas antes que eu conseguisse tocar a maçaneta da porta, alguém segurou firme no meu braço e me puxou pra si:

-Calma, calma, não me machuca, eu te entrego tudo. (falei sem ao menos olhar pro rosto da pessoa que tinha me puxado)

-Eu não vou te machucar moça, vem comigo...

Levantei o olhar pra ver de quem se tratava e vi um homem, vestido com um terno preto, parecia ser segurança, fiquei sem entender absolutamente nada, afinal, o que aquele homem queria comigo? Pra onde ele queria que eu fosse com ele?- Eu me perguntava.

-Como assim, ir com você?... Não, eu to indo viajar, quem é você? Me solta senão eu grito.

-Calma moça, eu não quero te machucar, você vem comigo, tem alguém te esperando.

Assim que terminou a frase ele me segurou firme e tapou a minha boca com uma das mãos,pra impedir que eu gritasse e no mesmo instante, outro homem, vestido da mesma maneira, se aproximou e o ajudou a me colocar dentro de um carro preto que estava estacionado a poucos metros dali.

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