Serie Santana Cap. 76

Aquela noite não estava sendo nada fácil nem pra mim nem para o Luan que além de acreditar que eu tinha feito mesmo aqueles absurdos dos quais a Julia havia me acusado, ainda por cima estava achando que eu tinha ido embora por orgulho de não querer assumir o erro e pedir desculpas, além de ter ficado profundamente decepcionado com as minhas atitudes, as quais, mais tarde, ele tomaria conhecimento de que eu realmente era inocente de tudo que havia sido acusada.

Algumas horas depois, nós já estávamos pousando no Rio de Janeiro, pegamos um taxi e nos dirigimos pra casa, no caminho eu liguei para o meu pai avisando que nós já estaríamos de volta e ele como ja  era de se esperar, ficou bastante surpreso, já que naquela hora, ele acreditava que estaríamos assistindo ao casamento do empresário do Luan, como tínhamos feito questão.

Já em Londrina, o Luan junto com os pais, a irmã e a Julia, passado aquele episódio e apesar dele ter ficado arrasado com tudo que tinha acontecido, seguiu ao casamento, já que além de ter se comprometido, o Luan era o padrinho do casamento e não poderia deixar de ir de modo algum.

Assim que cheguei em casa, me dirigi ao meu quarto sem ao menos explicar nada ao meu pai, eu estava triste demais, abalada demais, chocada demais com tudo que tinha passado na casa do Luan pra ter animo de conversar, de explicar, tudo que eu queria naquele momento, era tomar um longo banho e dormir, dormir pra que aquele dia acabasse logo.

O meu pai ficou sem entender nada e bastante preocupado, quando eu liguei ele estava na casa de shows trabalhando e saiu de lá voando pra casa querendo saber o que tinha acontecido pra nos fazer retornar justamente no dia do casamento que nós estávamos tão animadas pra assistir. Eu realmente não queria saber de conversa naquela noite, então esta tarefa acabou ficando para a Daiana que conversou abertamente com ele e explicou tudo nos mínimos detalhes.

Nos dias que se passaram, eu me mantive somente em casa, sempre andava triste pelos cantos, havia perdido aquele animo de viver, aquele brilho no olhar, os dias longe do Luan estavam sendo muito difíceis e duros também, apesar de eu sentir falta de tudo que a gente viveu, era uma sensação diferente, eu acho que eu sentia falta de algo que não existia, de quando eu acreditava que eu nós tínhamos uma relação baseada no amor, no respeito, na confiança, mas depois de tudo que eu ouvi na casa dele, eu pude perceber que na nossa relação não existia nada disso, muito pelo contrário, pelo menos da parte do Luan:

-Minha filha, você esta de férias, porque não vai sair com as suas amigas hein? Ta um dia tão bonito, me doe o coração ter que sair todo dia e te deixar aqui em casa desse jeito. (falava o meu sentando ao meu lado no sofá o qual eu passava a maior parte do tempo deitada com um olhar distante)

-Eu não to com vontade pai, mas não preocupa não ta, pode ir trabalhar sossegado, eu to bem, de verdade, eu só não to muito animada pra sair.

-Vai ser sempre assim filha? Já fazem quatro dias desde que você chegou de Londrina e desde então que você não tem animo pra nada, você não pode ficar assim por conta de um fim de namoro meu amor, esse garoto não te merecia, você tem que seguir a sua vida, você é linda, inteligente e eu te amo demais minha princesa.

-Eu também te amo muito pai, isso vai passar, eu prometo, mas não me cobra nada agora, só fica do meu lado, por favor?

O meu pai meu deu um abraço apertado e me fez prometer que ao menos eu iria da uma caminhada pelo condomínio e assim eu fiz. Eu olhava aquelas crianças brincando no parquinho e uma lembrança boa me vinha à mente, lembrança de quando eu era criança e as únicas dores que eu sentia era de quando arranhava o joelho:

-Ganha um pirulito se adivinhar, quem é? (falou alguém que havia chegado por trás e tapado os meus olhos com as mãos)

Quando ouvi aquela voz e senti aquele perfume gostoso que eu tanto amava, não tive duvidas e falei com um sorriso surpreso e feliz no rosto:


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