Serie Santana Cap . 18

-Bom dia Mariana, ou seria melhor dizer, Bella?

-Bella? Como assim amor? Não entendi.

-Ah você não entendeu... Não foi você que recriou uma ceninha do filme crepúsculo com o Luan? Ou vai dizer agora que não era você na foto?

-Filme crepúsculo... Foto? Do que você ta falando Luciano, eu não sei de foto nenhuma.

-Para de se fazer de desentendida Mariana, assume ao menos os seus atos, o Luan postou a foto que vocês tiraram ontem, ele mordendo o seu pescoço e você fazendo cara de quem tava adorando, é assim que você trabalha, me fazendo de palhaço...

Até então, eu não fazia idéia do que ele falava, mas quando ele mencionou a foto que o Luan tinha postado logo me lembrei da câmera que eu havia emprestado e que realmente tinha uma foto que nós tiramos em um momento de descontração brincando com o cenário do clipe, que lembrava muito ao do filme crepúsculo.

-Não acredito que o Luan postou aquela foto – Falei comigo mesma. Olha amor, eu posso explicar, aquela foto foi uma brincadeira, porque o cenário lembrava o filme, eu nem sabia que o Luan ia postar, mas...

-Muito bom né Mariana, legal essas brincadeiras de vocês, mordidinha no pescoço, restaurante com a galera, e o palhaço aqui que se foda, né?

-Pelo amor de Deus Luciano, você ta vendo as coisas pelo lado errado, para de se chamar de palhaço, eu não to brincando com você, a gente precisa conversar pessoalmente, eu vou tentar achar uma brecha pra te ver.

-Não precisa se importar com isso Mariana, faz o que você achar que é certo ta bom, eu não vou mais falar nada, pra mim já deu.

-Como assim amor, o que você ta querendo dizer... Alô, Luciano?

Quando me dei conta, ele já tinha desligado o celular sem ao menos me deixar terminar de falar, o Luciano sempre demonstrou ser um pouco ciumento, mas desde que eu comecei a me aproximar do Luan que o ciúmes dele foi piorando, talvez pelo fato da gente não conseguir manter mais o mesmo contato de antes, de eu estar sempre perto de pessoas novas, conhecendo lugares novos, talvez isso devesse deixar ele mais inseguro, mas pra mim, nada disso importava, pois poderíamos passar o tempo que fosse longe um do outro que eu sempre o manteria nos meus pensamentos e jamais o desrespeitaria.

Aquele telefonema mexeu demais com os meus sentimentos, o dia anterior tinha sido tão proveitoso e divertido, a gente tava fazendo tudo na maior naturalidade que eu jamais pensei que pudesse gerar esse tipo de problema. Claro que aquilo fez o meu animo parar no chão, mas eu não podia me deixar abater, afinal, o trabalho estava a minha espera, então tive que me arrumar logo, tomar café e seguir com a equipe até o local da gravação do clipe pra finalizarmos tudo.

O Luan terminou de gravar as cenas do clipe, eu fiz as fotos e voltamos ao hotel já perto do anoitecer, durante os intervalos o Luan havia se aproximado de mim, perguntado se tinha acontecido alguma coisa comigo, percebendo a minha carinha triste, mas eu não quis comentar nada e inventei a velha desculpa da dor de cabeça.

No caminho de volta, ouvi o Luan comentando com o Rober sobre um show do Zezé di Camargo e Luciano que iria ter na cidade, pelo o que entendi, eles estavam combinando de ir, super empolgados, o Luan era super fã deles e como iria ficar de bobeira a noite toda, certamente aquele era um ótimo programa.

Durante a noite, pedi um lanche no restaurante do hotel e permaneci no meu quarto, os meninos haviam me convidado pra ir ao show junto com eles, mas eu não tava com animo pra nada aquela noite e achei melhor ficar sozinha pra pensar na vida, tentei ligar várias vezes pro Luciano, mas ele nunca me atendia, eu não sabia mais o que pensar, o que fazer pra mudar aquela situação, por um lado eu sentia muita vontade de encontrar o Luciano, de dizer o quanto ele era importante pra mim e o quanto eu gostava dele, mas por outro, eu estava chateada pela maneira como ele tinha falado e principalmente agido comigo, por conta de uma foto.

Cansada das tentativas sem sucesso de falar com o Luciano, a única alternativa que encontrei pra passar o tempo enquanto o sono não chegava foi de colocar um DVD pra assistir, e quando já estava bastante concentrada, ouvi umas batidas na porta, “ué, quem será?” – foi a primeira coisa que pensei, já que todo mundo tinha ido ao show. Abri a porta devagar e me surpreendi ao vê-lo com um sorriso no rosto e com um violão nas mãos.


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