Serie Santana Cap. 15

Tudo ficou acertado com os meninos, eles iriam à frente enquanto eu iria ao hotel, tomar um banho, trocar de roupa e principalmente tirar aquela sandália que apertava o meu pé demais da conta.

Eles decidiram ir na vã pra não chamar muita atenção á hora que saíssem do local do show. No caminho o Roberval aproveitou que sentou próximo ao Luan pra ficar fazendo comentários em relação a mim:

-Ai Luan, tu não é fraco mesmo hein, vai mesmo furar o olho do Luciano.

-Que furar o olho o que testa, você larga mão dessas coisas, o Luciano é meu amigo e a Mari também cara, tem nada disso ai não.

-Ta... Mas que você ficou caidinho por ela, você ficou, vai negar?

-Larga mão desse assunto testa, larga mão.

-Ta bom, eu não falo mais, mas eu sei que você ficou de quatro nessa mina, você não consegue disfarçar a cara de bobo quando olha pra ela, haha.

-De quem vocês tão falando, eu conheço? – perguntou o Peixe a os ouvir conversando.

-Tamo falando de ninguém, é besteira do Roberval, nós chega hoje nesse trem ou não rapaz?

Mais alguns minutos de estrada e eles chegaram a tal balada que o Rober e o Peixola haviam sido convidados, o local era bastante afastado da cidade, não tinha muitas casas em volta, sem muita iluminação, mas a estrutura do lugar era bacana e parecia ter uma boa organização e segurança, mas nada que fosse capaz de suprir a presença do Luan Santana na boate que pouco tempo depois de pisar na pista, foi reconhecido por algumas garotas, garotas essas que por coincidência, eram as mesmas que havia o arranhado mais cedo no hotel.

-Rapaz do céu, agora fudeu, aquelas garotas tão vindo pra cá, essas negas são maluca cara.

-Melhor você da um jeito de despistar elas Luan, a gente da cobertura, anda, vai logo... Sai daqui. – falou o Peixola.

-Mas pra onde eu vou cara?

-Não sei Luan, se vira, anda logo que elas tão vindo viu.

O Luan não sabia aonde se esconder e nem o que fazer pra despistar aquelas garotas, cada vez mais elas se aproximavam de onde ele estava e o único jeito que ele achou foi sair da boate, não dava pra ele ficar ali, não com aquelas garotas que tinham um jeito um pouco exagerado de demonstrar carinho.

Enquanto isso, eu tinha acabado de chegar ao endereço que eles tinham me dado, havia estacionado o carro cedido pela produção e me dirigia à entrada da boate quando vi o Luan vindo em minha direção com uma cara estranha, um pouco afobado.

-Luan... O que aconteceu, porque que...

-Desculpa Mari, mas eu tenho que fazer isso...

Ao falar isso, ele me encostou rápido em um dos carros e fez algo que eu jamais esperaria, sem me falar mais nada, de um jeito totalmente ousado me tomou em seus braços e me deu um beijo na boca me deixando sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo.

Ao sair da boate em busca do Luan, as garotas estavam tão eufóricas em encontrá-lo que nem ao menos se deram conta daquele casal se beijando, ou seja, apesar de ser uma idéia meio tosca, havia dado certo.

Naquele momento eu senti algo absolutamente diferente de tudo que já havia sentido antes, meu coração de repente começou a bater em um compasso totalmente desconhecido por mim até então, era como se quisesse sair pela boca, por uns instantes me vi entregue ao seu beijo, mas logo depois volte a si e me dei conta da gravidade daquele ato e o afastei.

-Que isso Luan, você ficou maluco? Com que direito você me beija dessa maneira?

-Me desculpa Mari, eu não queria te ofender, eu posso explicar, eu fiz isso por que...

-Francamente Luan, eu achei que você fosse uma cara legal, você é amigo do meu namorado, mas eu já vi que você é igual à maioria desse pessoal que canta na noite, não tem respeito nenhum.

-Pelo amor de Deus não é nada disso que você ta pensando muié, vamo sair daqui? Eu vou te explicar tudinho e você vai entender, eu não fiz isso por mal cara, acredita em mim.


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