Como
é bom estar de volta, sentir o cheirinho da sua casa, poder fazer simples
coisas que sempre achamos tão corriqueiras, mas que quando se estamos longe,
fazem todo sentido, como por exemplo, tomar aquele banho gostoso no seu
chuveiro ou fazer aquele doce preferido sem se preocupar com a bagunça ou com o
tempo que vai demorar.
A
varanda tem sido umas das minhas partes preferida da casa, sempre que posso,
venho pra cá pra relaxar, pensar, ler, ou simplesmente brincar com o meu filho,
o Breno, que por mais que me custe acreditar às vezes, já está com dois
aninhos, ele está naquela fase de querer descobrir o mundo e o Luan, acabou se mostrando
ser um pai coruja, do tipo que adora me contrariar e deixar o menino fazer tudo
que tiver vontade, às vezes eu fico irritada, mas no fundo eu entendo, acho que
ele quer de alguma forma recompensá-lo por passar grande parte do tempo na estrada
cumprindo sua agenda de shows, a qual eu abandonei assim que minha barriga
começou a crescer um pouco mais, e por falar em Luan, nesse momento, tenho
certeza, está aprontando alguma coisa, devido aos barulhos que ouvi vindos da
cozinha.
Uma
das coisas que mais me encanta em morar numa fazenda, com certeza é a vista,
sem falar no clima fresco, sereno, no vento suave tocando no rosto, principalmente
quando o dia está como hoje, chuva ralinha que vai molhando a terra devagarzinho
e fazendo ondas na piscina, me fazendo remeter ao dia do nosso casamento, fecho
meus olhos e tudo me volta a mente.
De
frente ao espelho eu terminava de arrumava o meu véu, que cobria todo o meu
cabelo e ia em direção a calda do meu vestido que era todo de renda com forro
em seda, branco e decote em “v”, estilo princesa do século 21, e era exatamente
assim que eu estava me sentindo, uma princesa.
-A
chuva cessou meu amor, pronta?- disse o meu pai ao entrar em meu quarto – meu Deus
Mari, como você está linda filha – tinha um tom de fascinou na voz misturado
com a emoção que ele tentava conter, mas que era em vão.
-Você
também tá lindo pai – disse com um sorriso nos lábios enquanto sentia meus
olhos ficarem inebriados de lágrimas.
-Ei,
a sua mãe me fez prometer que não ia deixar você borrar a maquiagem, então, por
favor, nada de lágrimas.
-Acho
que isso devia caber a você também, não acha? – disse me aproximando e secando
uma lágrima que escorria pela sua face – eu te amo pai – disse o abraçando.
-Eu
também te amo filha, você é a coisa mais importante da minha vida, eu vou
sentir muita falta de você aqui em casa, mas – desfez o abraço e me encarou –
ver se não deixa de vir visitar a gente tá?
-Claro
que eu venho pai, bom, acho que esta na hora, vamos? Já deixei o meu noivo
plantado por tempo suficiente – sorri.
A marcha nupcial tocou e imediatamente meu
coração se acelerou dentro do peito, só alguns passos, era o que me restava pra
eu ser oficialmente a senhora Luan Santana, ser a mulher mais realizada e mais
feliz da face da Terra.
A
igreja estava lotada, todos os convidados estavam presentes, todo mundo que de
alguma maneira fez parte da nossa história, da nossa vida, flores de laranjeira
tomavam conta da decoração de toda a igreja, estava tudo do jeitinho como eu
tinha planejado, como eu havia sonhado.
O
Luan me aguardava divinamente lindo ao altar, usando um smoking preto, colete
prata e gravata. Seu sorriso só não conseguia ser maior do que o da Pri, que me
olhava fascinada logo mais ao lado, fazendo par com o Roberval, como meus
padrinhos, do outro lado, estava os padrinhos do Luan, a Bruna, sua irmã e a cunhada
mais companheira que eu poderia ter, acompanhada pelo seu tio Max que estava
elegantemente vestido em seu terno azul marinho e gravata cinza.
-Pode
beijar a noiva – Disse o padre finalizando a cerimônia.
-Finalmente
– sussurrou divertido e tocou os meus lábios delicadamente.
-Eu
te amo Luan – falei com os olhos brilhando após o nosso primeiro beijo de
casados.
-Eu
que amo você minha linda, só minha.
Saímos
da igreja e seguimos direto ao local da festa, que aconteceu em importante Buffet
de Londrina, mas antes, não conseguimos escapar daquela tradicional arco na
saída da igreja regada a uma chuva de arroz pra nos desejar sorte.
-Oi
meu amor – disse o Luan chegando por trás e me abraçando – o que você acha da
gente sair a francesa hein? To doido pra ficar a sós com você, sabia?
-E
abandonar os nossos convidados?
-O
quê que tem rapaz, a gente já cortou o bolo, já tirou foto,dançou, bebeu com a
galera, já ta bom ué, agora eu quero ficar a sós com a minha muié, será que não
posso?
-Claro
que pode meu amor, vou te contar um segredo, eu também não vejo a hora de ficar
a sós com o meu marido - disse sorrindo.
-Eu
sabia rapaz, sabia que isso tudo era doce seu, haha, vem, o carro ta pra lá –
saiu me puxando pela mão.
-Ta
dormindo muié? – disse o Luan me despertando passando seu dedo sujo de
brigadeiro em meu nariz.
-Luan...
O que você ta fazendo? Ain não, não acredito que você deixou esse menino se
lambuzar desse jeito – disse indo em direção ao Breno que estava com a boca,
mãos e a barriga toda suja de chocolate.
-sotolate
mamãe, me dá mais sotolate? – disse choramingando.
-Luan
Rafael Domingos Santana, quando é que você vai aprender a não encher o seu
filho de brigadeiro?
Eu já falei que ele é muito novinho pra comer essas
porcarias, pô, olha só como ele tá. –disse ficando de joelhos pra olhar o Breno
– vamos tomar banho meu amor?
-Banho
não mamãe, eu quelo sotolate. – bufei e olhei pro Luan irritada.
-Eu
adoro muié brava rapaz, deixa que o papai da banho nele, sai pra lá, sai pra
lá.
-Luan,
o que você ta fazendo, para... – gritei ao vê-lo sair correndo com o menino em
direção a chuva.
Ele
parecia uma criança quando se tratava do Breno, sempre com a sua teoria maluca
que o menino deveria explorar de tudo, sem medo, sem receio de nada, brincar na
terra, ter contato com os animais, enfim, ter a vida que ele teve quando era
criança, só que no caso, numa versão bem mais irresponsável.
Quem
poderia culpá-lo? Era evidente que aqueles momentos fazia bem ao meu filho,
bastava apenas olhar o sorriso, o olhar curioso, o fascínio que tudo em volta
lhe proporcionava.
De
repente o Luan disse alguma coisa ao Breno e o deixou paradinho enquanto ele
vinha em minha direção com um sorriso de quem pretendia aprontar algo, e eu não
estava errada, ele me jogou de surpresa em seus ombros e saiu correndo me
fazendo molhar inteira debaixo daquela chuva de fim de tarde.
-Você
é maluco sabia? – disse sorrindo logo após ele me colocar no chão.
-Eu
sei, e é por isso que você me ama, confessa rapaz.
-Confesso
sim, eu te amo, e sempre vou te amar, meu maluco lindo.
-Eu
também te amo minha nega mais linda do neverso, pra sempre.
FIM...
Mais uma edição concluída, e mais uma vez só tenho a agradecer a todos vocês, leitores antigos, novos, não importa, muito obrigada a todos que acompanharam, se emocionaram, se irritaram, (rs) torceram pelos personagens, muito obrigada pelas dicas, sugestões que recebi, eu dedico cada palavra contida na Serie Santana a vocês, que são o combustível essencial para eu continuar escrevendo.
Espero sinceramente que tenham gostado de mais essa edição, fiquem a vontade pra se expressarem nos comentários, ficaria muito feliz em ouvir a opinião de vocês.
Até a Próxima, beijos, Gil ;*